dos humanos e dos robôs

É confortável estar em casa. E eu sinto falta desse conforto.

Do almoço de domingo, do chá da vó, das gracinhas dos tios,

de dormir no quarto dos pais,

do carinho da mãe, do colo do pai, das implicâncias com a irmã..

às vezes é só disso que preciso. me sentir em casa.
com pessoas conhecidas, com a tão evitada rotina,
com os cheirinhos e gostos familiares..

até a chuva, por mais forte e tempestuosa que seja, vem com um efeito diferente.
...

Tem coisa que nem com as melhores sensações deixamos de lado..
amenizam, sim..
mas existe e faz questão de se mostrar presente.

Às vezes se fossemos mais parecidos com robôs poderíamos programar nosso cérebro e nos desligar um pouco..
e não seria de tooodo ruim, ser um pouco menos humano.

Humano pensa muito..sente muito.

Não todos.
talvez aqueles que sejam muito humanos.

Pensar muito gera incertezas, dúvidas.. perguntas..
perguntas as quais a resposta a gente pode ou não encontrar..

não encontrar é viver permanentemente buscando ou criando explicações..
e criar o que não existe pode se tornar ilusão.

ilusão na dose certa faz bem, o problema é quando a gente perde a noção do tamanho dessa dose ..

"Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever."

LISPECTOR, Clarice. A hora da Estrela.